sexta-feira, 26 de junho de 2020

[3B - Aula 5 - Teatro Brasileiro (parte II)]



...e lá vamos nós...em Teatro no Brasil...novamente !

...dando continuidade a nossa estrada !

Época Realista Metade o Século XIX

Realismo na dramaturgia nacional pode ser subdividido em dois períodos: o primeiro, de 1855 - quando o empresário Joaquim Heliodoro monta sua companhia - até 1884 com a representação de O mandarim, de Artur Azevedo, que consolida o gênero revista e os dramas de casaca. O segundo período vai de 1884 aos primeiros anos do século XX, quando a opereta e a revista são os gêneros preferidos do público.

Arthur Azevedo

Essa primeira fase não se completa em um teatro naturalista. À exceção de uma ou outra tentativa, a literatura dramática não acompanhou o naturalismo pôr conta da preferência do público pelo "vaudeville", a revista e a paródia.

A renovação do teatro brasileiro, com a consolidação da comédia como gênero preferido do público, iniciou-se quando Joaquim Heliodoro Gomes dos Santos montou seu teatro, o Ginásio Dramático, em 1855. Esse novo espaço tinha como ensaiador e diretor de cena o francês Emílio Doux que trouxe as peças mais modernas da França da época.

O realismo importado da França introduziu a temática social, ou seja, as questões sociais mais relevantes do momento eram discutidas nos dramas de casaca. Era o teatro da tese social e da análise psicológica.

Nome de grande importância para o teatro dessa fase é o do dramaturgo Artur Azevedo (1855-1908). Segundo J. Galante de Souza ( O Teatro no Brasil, vol.1), Artur Azevedo "foi mais aplaudido nas suas bambochatas, nas suas revistas, escritas sem preocupação artística, do que quando escreveu teatro sério. O seu talento era o da improvisação, fácil, natural, mas sem fôlego para composições que exigissem amadurecimento, e para empreendimentos artísticos de larga envergadura".

Decadência e alguma anarquia

De 1900 a 1930, permaneceu com destaque a comédia de costumes, com textos muitas vezes escritos em função do intérprete a que se destinavam, e o chamado “teatro ligeiro”, também sem maior definição estilística e formal, levando críticos e historiadores a falar em “decadência”. A assinalar, apenas, o crescimento do número de empresas dramáticas que exploravam as revistas, operetas, farsas e dramas de capa e espada, e a elevação de uma consciência nacionalista, que confrontava as companhias estrangeiras que voltaram ao Brasil no pós-guerra (1918) com a instalada “comédia brasileira”.


Oduvaldo Vianna
Em São Paulo, onde o proletariado urbano crescia por obra da industrialização nascente, o teatro anarquista, influenciado por imigrantes italianos, era porta-voz das sérias lutas políticas do período (1917-1920). Mas o teatro se mantinha em geral isolado, quer dos movimentos estéticos de renovação que ocorriam na Europa e aqui repercutiam na literatura e artes plásticas (como no caso da Semana de Arte Moderna, em 1922), quer dos sérios acontecimentos políticos da recém-implantada República (1889), que a literatura refletia (como no caso de Euclides da Cunha, retratando a guerra de Canudos, ou Lima Barreto, a vida dos marginalizados).
Tentativas individuais de renovação, pelo menos temática, surgiram com Deus lhe pague, de Joracy Camargo, incorporando ideias marxistas, ou Sexo, de Renato Viana, aportando teses freudianas, ou ainda Amor, de Oduvaldo Vianna, trazendo o tema-tabu do divórcio em uma estrutura dramática já ligeiramente modificada.

Uma iniciativa pioneira digna de registro foi a de Flávio de Carvalho (1899-1977): em seu Teatro de Experiência montou O baile do deus morto (1933), que, por levantar aguda crítica ao poder e suas implicações, à moral e à religião, foi fechado pela polícia em sua terceira apresentação. Mas suas sementes frutificaram em A morta e O rei da vela (1937), de Oswald de Andrade.
À medida que o século avançava foram surgindo tentativas desenvolvimento da linguagem dramática e cênica, como as de Álvaro Moreyra (Teatro de Brinquedo – 1927), Renato Viana (Caverna Mágica – 1928 – e Teatro de Arte – 1929). Crescia a preocupação com um teatro infantil com formas específicas de texto e montagem. Fundavam-se e desenvolviam-se associações de classe, como a Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (SBAT – 1917), a Casa dos Artistas (1914), ou entidades culturais como a Academia Brasileira de Teatro (1931) e a Associação Brasileira de Críticos Teatrais (1937).

Expandia-se cada vez mais por todo o país a atividade teatral, através de grupos amadores e formas de teatro experimental. Criou-se um órgão governamental, o Serviço Nacional de Teatro (1937). Crescia, em outros pontos do país, o número de escolas de arte dramática.

 Um Estado dito novo

Nelson Rodrigues
 Durante a ditadura civil (1937-1945) implantada no país por Getúlio Vargas, que a chamou eufemisticamente de “Estado Novo”, um grupo amador formado por profissionais liberais e personalidades da sociedade, sob direção de Brutus Pedreira e Santa Rosa, realizou a encenação que seria considerada o início da modernidade: a de Vestido de noiva (1943), de Nelson Rodrigues, com direção de Ziembinski.
Pouco depois, o eixo deslocou-se do Rio para São Paulo, onde um grupo de profissionais italianos vindos para o Brasil montou em 1946 o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), que, com um elenco fixo de 15 atores, alternarou montagens clássicas e comerciais, sempre tecnicamente bem cuidadas, iniciando a moderna indústria do espetáculo e contribuindo para a renovação técnica e formal do espetáculo.

Encenação de Vestido de Noiva (Nelson Rodrigues)
Dirigida por Ziembinski

Arena e Oficina

Teatro Oficina em cena, vista interior
de um espetáculo.
Mas foi com o Teatro de Arena (1953) que surgiu realmente uma nova estética, através de um Seminário de Dramaturgia, que lançou inúmeros autores novos (como Vianninha, Roberto Freire, Guarnieri, Benedito Rui Barbosa, Chico de Assis), e de um Laboratório de Interpretação, que trabalhou as características brasileiras dos personagens na cena e até incluso as possibilidades de uma leitura nacionalizada dos clássicos.

Das repercussões do Arena junto a um grupo amador de estudantes da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) surgiu o Teatro Oficina (1958), preocupado em estudar a formação cultural do país e investigar a estrutura do capitalismo e suas repercussões socioculturais, com um repertório e técnicas próprios de uma concepção antropológica.

O palco amordaçado

A esse tempo a atividade teatral era já ininterrupta em vários pontos do país. A ditadura implantada com o golpe militar que derrubou o presidente João Goulart em 1964 deixou “o palco amordaçado” (título de um livro de Yan Michalski que registra os fatos daí decorrentes), não só por obra da censura, como pelo fechamento de teatros, pelas prisões, torturas e “desaparecimento” de autores, atores e diretores. As obras que conseguiam chegar ao palco recorriam ao grotesco, à hipérbole, às metáforas, ou apenas refletiam a passividade e conformismo de um classe burguesa que se distraía com a própria reprodução degradada de seus valores.

Teatro de Arena, visto em seu interior

Fachada do prédio em quem abriga o Teatro de Arena
 ATIVIDADE: 
ENTREGA PARA DIA: 06/07/2020

E ae pessoas, nossa atividade hoje, resume-se a uma pesquisa sobre o TEATRO DE ARENA e o TEATRO OFICINA.
Conte-nos um pouco da história de ambos (e importantes) espaços cênicos, dentro da história política e cultural de nosso país.

Fecho? Qualquer duvida, só me gritarem...Ah, e nosso e-mail para receber atividades mudou !
rafaelribeironunes@prof.educacao.sp.gov.br 

...e por hoje é só pessoal!
bjo pro'cês...
[rafa.]