terça-feira, 16 de junho de 2020

[3B - Aula 4 - Teatro Brasileiro]

...e ae pessoas, vamos entrar num assunto do qual, tenho muita afinidade...O teatro brasileiro...A partir daqui vamos ver algumas coisinhas interessantes, preparem-se!



O TEATRO BRASILEIRO

O teatro brasileiro surgiu quando Portugal começou a fazer do Brasil sua colônia (Século XVI). Os Jesuítas, com o intuito de catequizar os índios, trouxeram não só a nova religião católica, mas também uma cultura diferente, em que se incluía a literatura e o teatro. Aliada aos rituais festivos e danças indígenas, a primeira forma de teatro que os brasileiros conheceram foi a dos portugueses, que tinha um caráter pedagógico baseado na Bíblia. Nessa época, o maior responsável pelo ensinamento do teatro, bem como pela autoria das peças, foi Padre Anchieta.
O teatro realmente nacional só veio se estabilizar em meados do século XIX, quando o Romantismo teve seu início. Martins Pena foi um dos responsáveis pôr isso, através de suas comédias de costumes. Outros nomes de destaque da época foram: o dramaturgo Artur Azevedo, o ator e empresário teatral João Caetano e, na literatura, o escritor Machado de Assis.
1.1 Teatro dos Jesuítas (séc. XVI)
Nos primeiros anos da colonização, os padres da chamada Companhia de Jesus (Jesuítas), que vieram para o Brasil, tinham como principal objetivo a catequese dos índios. Eles encontraram nas tribos brasileiras uma inclinação natural para a música, a dança e a oratória. Ou seja: tendências positivas para o desenvolvimento do teatro, que passou a ser usado como instrumento de "civilização" e de educação religiosa, além de diversão. O teatro, pelo "fascínio" da imagem representativa, era muito mais eficaz do que um sermão, pôr exemplo.
As primeiras peças foram, então, escritas pelos Jesuítas, que se utilizavam de elementos da cultura indígena (a começar pelo caráter de "sagrado" que o índio já tinha absorvido em sua cultura), até porque era preciso "tocar" o índio, falando de coisas que ele conhecia. Misturados a esses elementos, estavam os dogmas da Igreja Católica, para que o objetivo da Companhia - a catequese - não se perdesse.
As peças eram escritas em tupi, português ou espanhol (isso se deu até 1584, quando então "chegou" o latim). Nelas, os personagens eram santos, demônios, imperadores e, pôr vezes, representavam apenas simbolismos, como o Amor ou o Temor a Deus. Com a catequese, o teatro acabou se tornando matéria obrigatória para os estudantes da área de Humanas, nos colégios da Companhia de Jesus. No entanto, os personagens femininos eram proibidos (com exceção das Santas), para se evitar uma certa "empolgação" nos jovens.
Os atores, nessa época, eram os índios domesticados, os futuros padres, os brancos e os mamelucos. Todos amadores, que atuavam de improviso nas peças apresentadas nas Igrejas, nas praças e nos colégios. No que diz respeito aos autores, o nome de mais destaque da época é o de Padre Anchieta . É dele a autoria de Auto de Pregação Universal, escrito entre 1567 e 1570, e representado em diversos locais do Brasil, pôr vários anos. 
Outro auto de Anchieta é Na festa de São Loureço, também conhecido como Mistério de Jesus. Os autos sacramentais, que continham caráter dramático, eram preferidos às comédias e tragédias, porque eram neles que estavam impregnadas as características da catequese. Eles tinham sempre um fundo religioso, moral e didático, e eram repletos de personagens alegóricos.
Além dos autos, outros "estilos teatrais" introduzidos pelos Jesuítas foram o presépio, que passou a ser incorporado nas festas folclóricas, e os pastoris.
1.2 Declínio do Teatro Jesuíta (Séc. XVII)
No século XVII, as representações de peças escritas pelos Jesuítas - pelo menos aquelas com a clara finalidade de catequese- começaram a ficar cada vez mais escassas. Este período, em que a obra missionária já estava praticamente consolidada, é inclusive chamado de Declínio do Teatro dos Jesuítas. No entanto, outros tipos de atividades teatrais também eram escassos, pôr conta deste século constituir um tempo de crise. As encenações existiam, fossem elas prejudicadas ou inspiradas pelas lutas da época (como pôr exemplo, as lutas contra os holandeses). Mas dependiam de ocasiões como festas religiosas ou cívicas para que fossem realizadas.
Manuel Botelho de Oliveira
Das peças encenadas na época, podemos destacar as comédias apresentadas nos eventos de aclamação a D. João IV, em 1641, e as encenações promovidas pelos franciscanos do Convento de Santo Antônio, no Rio de Janeiro, com a finalidade de distrair a comunidade. Também se realizaram representações teatrais pôr conta das festas de instalação da província franciscana da Imaculada Conceição, em 1678, no Rio.
O que podemos notar neste século é a repercussão do teatro espanhol em nosso país, e a existência de um nome - ligado ao teatro - de destaque: Manuel Botelho de Oliveira (Bahia, 1636-1711). Ele foi o primeiro poeta brasileiro a ter suas obras publicadas, tendo escrito duas comédias em espanhol (Hay amigo para amigo e Amor, Engaños y Celos).
1.3 O Teatro e o Brasil do Século XVIII  

Foi somente na segunda metade do século XVIII que as peças teatrais passaram a ser apresentadas com uma certa frequência. Palcos (tablados) montados em praças públicas eram os locais das representações. Assim como as igrejas e, pôr vezes, o palácio de um ou outro governante. Nessa época, era forte a característica educacional do teatro. E uma atividade tão instrutiva acabou pôr merecer ser presenteada com locais fixos para as peças: as chamadas Casas da Ópera ou Casas da Comédia, que começaram a se espalhar pelo país.
A Intriga - James Ensor - 1890
Em seguida à fixação dos locais "de teatro", e em consequência disso, surgiram as primeiras companhias teatrais. Os atores eram contratados para fazer um determinado número de apresentações nas Casas da Ópera, durante todo o ano, ou apenas pôr alguns meses. Sendo assim, com os locais e elencos fixos, a atividade teatral do século XVIII começou a ser mais contínua o que em épocas anteriores. No século XVIII e início do XIX, os atores eram pessoas das classes mais baixas, em sua maioria mulatos. Havia um preconceito contra a atividade, chegando inclusive a ser proibida a participação de mulheres nos elencos. Dessa forma, eram os próprios homens que representavam os papéis femininos, passando a ser chamados de "travestis". Mesmo quando a presença de atrizes já havia sido "liberada", a má fama da classe de artistas, bem como a reclusão das mulheres na sociedade da época, as afastava dos palcos.
Molière
Quanto ao repertório, destaca-se a grande influência estrangeira no teatro brasileiro dessa época. Dentre nomes mais citados estavam os de Molière, Voltaire, Maffei, Goldoni e Metastásio. Apesar da maior influência estrangeira, alguns nomes nacionais também merecem ser lembrados. São eles: Luís Alves Pinto, que escreveu a comédia em verso Amor Mal Correspondido, Alexandre de Gusmão, que traduziu a comédia francesa O Marido Confundido, Cláudio Manuel da Costa, que escreveu O Parnaso Obsequioso e outros poemas representados em todo o país, e Inácio José de Alvarenga Peixoto, autor do drama Enéias no Lácio.
1.4. Século XIX Transição para o Teatro Nacional
A vinda da família real para o Brasil, em 1808, trouxe uma série de melhorias para o Brasil. Uma delas foi direcionada ao teatro. D. João VI, no decreto de 28 de maio de 1810, reconhecia a necessidade da construção de "teatros decentes".
Na verdade, o decreto representou um estímulo para a inauguração de vários teatros. As companhias teatrais, pôr vezes de canto e/ou dança (bailado), passaram a tomar conta dos teatros, trazendo com elas um público cada vez maior. A primeira delas, realmente brasileira, estreou em 1833, em Niterói, dirigida pôr João Caetano, com o drama O Príncipe Amante da Liberdade ou A Independência da Escócia. Uma consequência da estabilidade que iam ganhando as companhias dramáticas foi o crescimento, paralelo, do amadorismo.
Theatro João Caetano - Rio de Janeiro
A agitação que antecipou a Independência do Brasil foi refletida no teatro. As plateias eram muito agressivas, aproveitavam as encenações para promover manifestações, com direito a gritos que exaltavam a República. No entanto, toda esta "bagunça" representou uma preparação do espírito das pessoas, e também do teatro, para a existência de uma nação livre. Eram os primórdios da fundação do teatro - e de uma vida - realmente nacional. Até porque, em consequência do nacionalismo exacerbado do público, os atores estrangeiros começaram a ser substituídos pôr nacionais.
João Caetano


Ao contrário desse quadro, o respeito tomava conta do público quando D.Pedro estava presente no teatro ( fato que acontecia em épocas e lugares que viviam condições "normais", isto é, onde e quando não havia este tipo de manifestação). Nestas ocasiões, era mais interessante se admirar os espectadores - principalmente as senhoras ricamente vestidas - do que os atores. Além do luxo, podia se notar o preconceito contra os negros, que não compareciam aos teatros. Já os atores eram quase todos mulatos, mas cobriam os rostos com maquiagem branca e vermelha.
  





1.5 Época Romantica (Séc. XIX) 

Joaquim Manuel de Macedo
Desde a Independência, em 1822, um exacerbado sentimento nacionalista tomou conta das nossas manifestações culturais. Este espírito nacionalista também atingiu o teatro. No entanto, a literatura dramática brasileira ainda era incipiente e dependia de iniciativas isoladas. Muitas peças, a partir de 1838, foram influenciadas pelo Romantismo, movimento literário em voga na época. O romancista Joaquim Manuel de Macedo destacou alguns mitos do nascente sentimento de nacionalidade da época: o mito da grandeza territorial do Brasil, da opulência da natureza do país, da igualdade de todos os brasileiros, da hospitalidade do povo, entre outros. Estes mitos nortearam, em grande parte, os artistas românticos desse período.

A tragédia Antônio José ou O poeta e a inquisição escrita pôr Gonçalves de Magalhães (1811-1882) e levada à cena pôr João Caetano (1808-1863), a 13 de março de 1838, no teatro Constitucional Fluminense, foi o primeiro passo para a implantação de um teatro considerado brasileiro.
Martins Pena

No mesmo ano, a 4 de outubro, foi representada pela primeira vez a comédia O juiz de paz da roça, de Martins Pena (1815-1848), também no teatro Constitucional Fluminense pela mesma companhia de João Caetano. A peça foi o pontapé inicial para a consolidação da comédia de costumes como gênero preferido do público. As peças de Martins Pena estavam integradas ao Romantismo, portanto, eram bem recebidas pelo público, cansado do formalismo clássico anterior. O autor é considerado o verdadeiro fundador do teatro nacional, pela quantidade - em quase dez anos, escreveu 28 peças - e qualidade de sua produção. Sua obra, pela grande popularidade que atingiu, foi muito importante para a consolidação do teatro no Brasil.

ATIVIDADE:

Olá pessoas!
Nesta introdução sobre o teatro chegando ao Brasil, teremos apenas uma atividade.

1. Entregar pesquisa escrita sobre vida e obra (teatral) de Martins Pena.
- Quais suas obras? Suas representações, contextos?

Entrega para 26/06

Semana quem vem tem a parte II do teatro no Brasil ! ;)
...e por hoje é só!
Bjo pro'cês....
[rafa.]

Fontes:
EmCena e Uniso

[2A - Aula 4 - Modernismo e Brasil]

...e ai minhas preciosidades, tudo bem com vocês?

Bora, "mudernizar" um pouco...hoje nossa aula segue com uma breve explanação sobre o Modernismo que se estivou para o Brasil e originou, pela primeira vez, caracteres particulares sobre uma arte brasileira, com base em quem e o que somos !

ARTE MODERNA NO BRASIL

A estudante russa (1915), de Anita Malfatti.
Uma das primeiras pinturas modernistas no Brasil


No Brasil, o movimento modernista surgiu posteriormente às vanguardas europeias. Aqui, o período decisivo para sua consolidação foi a década de 20, com a Semana de Arte Moderna. Entretanto, já havia artistas realizando obras com características modernas alguns anos antes.

HISTÓRICO


O que o país vivia no início do século XX era de crescimento, progresso, industrialização e a chegada de muitos imigrantes, que vinham de diversas partes do mundo para reconstruir a massa trabalhadora depois da abolição da escravatura.

Era um momento de fortalecimento do capitalismo e portanto os conflitos sociais também se acirravam. Houve, por exemplo, greves de imigrantes operários organizados por movimentos anarquistas em busca de melhores condições de vida.

Assim, começa a surgir a necessidade de um novo tipo de arte que transmita os anseios vigentes e as esperanças no futuro.

Bananal (1927), de Lasar Segall

Paralelamente a isso, já ocorria na Europa uma busca pela experimentação e ruptura das tradições. Então, alguns artistas brasileiros entraram em contato com essa agitação em terras estrangeiras e trouxeram um frescor artístico e o empenho em implementar uma arte nova por aqui, com inspiração nas vanguardas europeias.

Nomes essenciais nesse momento foram Lasar Segall (1891-1957) e Anita Malfatti (196-1964), que podem ser considerados os precursores da arte moderna no país, realizando exposições ainda nos anos 10.

Importante dizer que a arte de Anita foi duramente criticada e mal compreendida por boa parte da intelectualidade brasileira, sobretudo por Monteiro Lobato. Já Lasar Segall, por ser de origem estrangeira (Lituânia), não sofreu grandes críticas.

SEMANA DE ARTE MODERNA

 Com toda essa movimentação, outros artistas também estavam explorando novos rumos na arte e na literatura.

Assim, eles decidem organizar uma espécie de "festival", onde apresentam suas mais novas produções. Dessa forma nasce a "Semana de Arte Moderna", ou "Semana de 22", como também ficou conhecida.

Caderno de apresentação da Semana de Arte Moderna de 1922

O evento fez parte das comemorações dos cem anos de independência do Brasil, em 1922, e foi realizado no Theatro Municipal de São Paulo, de 13 a 18 de fevereiro desse mesmo ano.

A intenção dos artistas era trazer novidades e desafiar os padrões vigentes da arte, ainda muito conservadora e atrelada aos valores do século XIX.

Os Modernistas - registro de 1922

Essa foi uma mostra que exibiu aproximadamente 100 obras de arte e contou com apresentações literárias e musicais. A ideia da Semana, na realidade, foi inspirada pelo evento francês Semaine de Fêtes de Deauville e contou com o apoio de Paulo Prado, um mecenas que conseguiu suporte financeiro com barões do café.

 



PRINCIPAIS REPRESENTANTES DA ARTE MODERNA NO BRASIL:

Foram vários os artistas que contribuíram para para a consolidação da arte moderna no Brasil, tanto nas artes plásticas quanto na literatura. Além dos pintores Anita Malfatti e Lasar Segall, que já estavam à frente nesse tipo de arte, tivemos:



Di Cavalcanti (1897-1976) - pintor, ilustrador, escritor e gravurista. Foi uma figura essencial para a realização da Semana de 22, considerado o grande idealizador.
Vicente do Rego Monteiro
(1899-1970) - O pintor é um dos primeiros a explorar a estética cubista com temas característicos do Brasil, como mitos indígenas.
Victor Brecheret
(1894-1955) - um dos maiores nomes da escultura no Brasil. Teve influência de Auguste Rodin e suas obras tinham elementos expressionistas e cubistas.

Tarsila do Amaral (1886-1973) - pintora e desenhista. Não participou da Semana de Arte Moderna porque estava na França participando de uma exposição. Entretanto, teve papel fundamental no movimento modernista denominado Antropofagia.
Manuel Bandeira
(1886-1968) - escritor, professor e crítico de arte. Sua produção literária trazia inovações na forma de se expressar e à principio questionava os poetas parnasianos. O poema Os sapos foi declamado na Semana de Arte Moderna.
Mario de Andrade
(1893-1945) - escritor marcante da primeira geração de modernistas no Brasil. Sua produção valorizava a identidade e cultura nacional.


Oswald de Andrade (1890-1954) - escritor e dramaturgo. Uma das figuras centrais no modernismo literário, com um estilo irreverente e ácido, revisitando as origens do Brasil de forma questionadora.
Graça Aranha
(1868-1931) - escritor e diplomata. Ajuda a fundar a Academia Brasileira de Letras e tem papel fundamental na Semana de Arte Moderna.

Menotti Del Picchia (1892-1988) - escritor, jornalista e advogado. Em 1917 publica o romance Juca Mulato, sua obra prima, considerada pré-modernista. Participa em 1922 da Semana de Arte Moderna, coordenando a segunda noite do evento.


Villa Lobos (1887-1959) - compositor e maestro. Um dos maiores músicos brasileiros, com grande reconhecimento internacional também. Sua estreia foi na Semana de Arte Moderna, onde sua obra não foi compreendida pelo público.
Guiomar Novaes
(1895-1979) - pianista. Também participou da Semana de 22 e foi rechaçada na época. Entretanto construiu forte carreira no exterior e foi uma grande propagadora da música de Villa Lobos.

 ATIVIDADE:

Bem, depois de falarmos um pouco de Arte Moderna, se achegar no Brasil sobre assunto, deixamos claro que, por este movimento artístico, despertou a necessidade de uma arte característica de nosso país, mesmo que com grande representatividade no que acontecia na Europa, o foco agora era despertar e transportar algo, que aproximasse as nossa ideias, origens, desejos, sentimentos, no fazer arte.

Em 1928, Oswald de Andrade, começa algo que leva o nome de "Movimento Antropofágico", juntamente com a Revista da Antropofagia, lança o "Manifesto Antropofágico" . Vocês já ouviram falar? Enfim...

Nossa atividade vai se basear neste fato!

Deem uma pesquisada sobre o assunto, montem um trabalho escrito, sobre o que vocês entenderam sobre este Movimento Antropofágico, que tinha como intuito, assinalar um importante passo na identidade cultural de nosso país!

 

 ENTREGA PARA DIA 26/06/2020

Assim que terminarem, entregar por e-mail:

moderninho@gmail.com

ou no Whatsapp, no partiular o registro fotográfico.


E por hoje é só pessoal !
Bjo pro'cês e inté breve!                       [rafa.]