...e ae pessoal !
Vamos a uma rápida retomada sobre o início do conteúdo "TEATRO", dando uma mãozinha pra vocês responderem o simulado de recuperação !!!!
***
ARTE GREGA - O TEATRO
Tópico de pesquisa: ARTE GREGA
O teatro na antiguidade foi uma das formas mais ricas de arte.
O Teatro Grego foi uma manifestação artística muito importante
no desenvolvimento da cultura grega e, além disso, serviu de influência e
inspiração para outros povos da antiguidade, sobretudo, os romanos.
Vale lembrar que o termo teatro (theatron), do grego, significa
“local onde se vê” ou “lugar para olhar”.
Tem impulso na Grécia Antiga, por volta do século V. a.C,
onde havia o costume dos cultos e oferendas aos deuses
gregos. Com função social e cívica, o teatro e suas representações estavam
associadas às festividades religiosas, sobretudo, às celebrações que saudavam o
deus Dionísio.
Com celebrações que duravam seis dias, nas festas dionisíacas havia procissões e ditirambos. Os ditirambos eram cantos líricos entoados com o auxílio de fantasias e máscaras. Pouco depois essas manifestações evoluíram para a forma de representação inteiramente cênica, dando origem ao teatro.
Com celebrações que duravam seis dias, nas festas dionisíacas havia procissões e ditirambos. Os ditirambos eram cantos líricos entoados com o auxílio de fantasias e máscaras. Pouco depois essas manifestações evoluíram para a forma de representação inteiramente cênica, dando origem ao teatro.
As mulheres não faziam parte do teatro grego, pois não eram
consideradas cidadãs das polis (cidades gregas). Portanto, todos os papéis dos
espetáculos eram apresentados pelos homens. Uma das características principais
do teatro grego eram as máscaras, instrumento indispensável ao figurino.
As máscaras do teatro grego possuíam diversas expressões faciais.
Normalmente confeccionadas com materiais rústicos, nem sempre confortáveis.
Normalmente confeccionadas com materiais rústicos, nem sempre confortáveis.
A Grécia
Antiga conheceu o apogeu do teatro após a reconstrução da cidade foi
reconstruída, quando o teatro passou a desempenhar um papel importante na
cultura local e no orgulho cívico.
Os
principais temas das peças teatrais gregas eram: ligadas ao cotidiano, fatos
heroicos, problemas emocionais e psicológicos, lendas e mitos, homenagem aos
deuses gregos, fatos heroicos e críticas aos políticos.
Arquitetura teatral grega
1. OS PRIMEIROS TEATROS GREGOS
Os teatros gregos eram situados ao ar livre, em locais com uma boa acústica e divididos em áreas. As áreas que formavam o teatro eram: plateia, área da orquestra, o cenário e proscênio.
A plateia
era formada por bancos de madeira, que mais tarde foram substituídos por bancos
de pedra. A área da orquestra era a área onde o coro realizava a sua
interpretação, era circular em terra batida ou com lajes de pedra situada no
centro das bancadas.
Teatro de Epidauro (Argólida, Grécia). Foto: PitK / Shutterstock.com
Havia
também o cenário, formado por uma estrutura que tinha função inicial de servir
como local onde os atores trocavam a roupa. O cenário ficava atrás da orquestra
e, posteriormente, passou a representar a a fachada de um palácio ou de um
templo. Na frente do cenário ficava o proscênio, onde os atores se
apresentavam.
O teatro vinha a representar, dentro da sociedade
grega, um meio cultural de participação na vida social dos cidadãos gregos.
Entre os
teatros gregos mais importantes estão: o Teatro de Epidauro, o Teatro de
Dodona, o Odeon de Herodes Ático, o Teatro de Delfos, o Teatro de Segesta, o
Teatro de Siracusa e o Teatro de Dionísio.
Teatro de Herodion (Atenas, Grécia). Foto: Anastasia Fragkou / Shutterstock.com
2. MÁSCARAS - O ELEMENTO ESSENCIAL
Acessório fundamental do figurino dos atores, valendo salientar que não existiam atrizes, visto que as mulheres não participavam destas encenações por não serem consideradas cidadãs, logo as máscaras estavam direcionadas para ambos os sexos.
3. GÊNEROS TEATRAIS DA GRÉCIA ANTIGA
Os gêneros do teatro grego da época se dividiam em:
3.1 Tragédia
Esmiuçando a denominação grega, tragédia decorre de tragoedia: tragos (bode) + oidé (canção), significando literalmente “canção do bode”. Esse nome peculiar vem das celebrações gregas de Cato ao Bode, no qual um bode era sacrificado como oferenda aos deuses.
A tragédia é um gênero bem arcaico e antigo, o qual tem como base as histórias trágicas, com cunho que faz o público transitar entre a piedade e o terror, com um final dito trágico, não bem-sucedido.
Cena de tragédia interpretada nos dias atuais
Os júris encenados nas tragédias eram formados por cinco pessoas da aristocracia.
3.2 Comédia
A palavra comédia vem do grego komoidia, que quer dizer espetáculo engraçado, baseado em sátiras, ironias, comicidade.
O júri neste caso da comédia não é da aristocracia. No caso, são selecionadas três pessoas da plateia.
A comédia pode ser vista como um gênero teatral de representação dos fatos cotidianos, representado por cidadãos menores em relação aos da tragédia, considerados superiores.
4. AUTORES DO TEATRO GREGO
Apesar de
ter registrados vários autores na época em que viveu o seu auge, apenas quatro
autores do teatro grego tiveram suas peças reconhecidas integralmente.
No gênero
tragédia, o destaque foi para as obras de Ésquilo, Sófocles e Eurípedes. Já na
comédia, o único que teve suas peças integrais reconhecidas foi Aristófanes.
•Ésquilo: primeiro dramaturgo reconhecido,
ele conferiu grandeza e esplendor ao gênero tragédia. Ésquilo deu prioridade
aos diálogos, aumentando de um para dois o número de atores e reduziu a
importância do coro. Suas obras reconhecidas são: a trilogia Oréstia (composta
por Agamenon, Coéforas e Eumênides), Os persas, Os sete contra Tebas, As
suplicantes e Prometeu acorrentado.

•Sófocles: ele elevou a tragédia à
perfeição artística, operando mudanças no gênero. Além de aumentar de dois para
três o número de personagens, ele acrescentou mais ação às tramas e
potencializou a decoração e o figurino dos atores. As obras integralmente
reconhecidas de Sófocles são: Ajax, Antígona (ver Obras-primas), Edípo Rei, As
traquiníanas, Electra, Filoctetes e Edipo em Colono.

**
Então pessoal, vamos lá, para um rápido bate papo ?
Já
ouviram falar sobre o teatro grego? Na verdade, quem já este num
teatro? Sabia que na antiga Grécia, o teatro tinha uma função quase que
social e política, dialogando as temáticas do dia-a-dia, dramatizando ou
buscando a comicidade, para levantar questionamentos até mesmo
democráticos, puts, não falo, que conversar sobre arte, acabamos sempre
no viés da tal política! Então, será que continuamos assim? O teatro
ainda tem esta função, despertar algum contexto social, humano, político
?
O TEATRO BRASILEIRO
O teatro brasileiro surgiu quando Portugal começou a fazer do Brasil sua
colônia (Século XVI). Os Jesuítas, com o intuito de catequizar os
índios, trouxeram não só a nova religião católica, mas também uma
cultura diferente, em que se incluía a literatura e o teatro. Aliada aos
rituais festivos e danças indígenas, a primeira forma de teatro que os
brasileiros conheceram foi a dos portugueses, que tinha um caráter
pedagógico baseado na Bíblia. Nessa época, o maior responsável pelo
ensinamento do teatro, bem como pela autoria das peças, foi Padre
Anchieta.
O teatro realmente nacional só veio se estabilizar em meados do século
XIX, quando o Romantismo teve seu início. Martins Pena foi um dos
responsáveis pôr isso, através de suas comédias de costumes. Outros
nomes de destaque da época foram: o dramaturgo Artur Azevedo, o ator e
empresário teatral João Caetano e, na literatura, o escritor Machado de
Assis.
1.1 Teatro dos Jesuítas (séc. XVI)
Nos primeiros anos da colonização, os padres da chamada Companhia de
Jesus (Jesuítas), que vieram para o Brasil, tinham como principal
objetivo a catequese dos índios. Eles encontraram nas tribos brasileiras
uma inclinação natural para a música, a dança e a oratória. Ou seja:
tendências positivas para o desenvolvimento do teatro, que passou a ser
usado como instrumento de "civilização" e de educação religiosa, além de
diversão. O teatro, pelo "fascínio" da imagem representativa, era muito
mais eficaz do que um sermão, pôr exemplo.
As primeiras peças foram, então, escritas pelos Jesuítas, que se
utilizavam de elementos da cultura indígena (a começar pelo caráter de
"sagrado" que o índio já tinha absorvido em sua cultura), até porque era
preciso "tocar" o índio, falando de coisas que ele conhecia. Misturados
a esses elementos, estavam os dogmas da Igreja Católica, para que o
objetivo da Companhia - a catequese - não se perdesse.
As peças eram escritas em tupi, português ou espanhol (isso se deu até
1584, quando então "chegou" o latim). Nelas, os personagens eram santos,
demônios, imperadores e, pôr vezes, representavam apenas simbolismos,
como o Amor ou o Temor a Deus. Com a catequese, o teatro acabou se
tornando matéria obrigatória para os estudantes da área de Humanas, nos
colégios da Companhia de Jesus. No entanto, os personagens femininos
eram proibidos (com exceção das Santas), para se evitar uma certa
"empolgação" nos jovens.
Os atores, nessa época, eram os índios domesticados, os futuros padres,
os brancos e os mamelucos. Todos amadores, que atuavam de improviso nas
peças apresentadas nas Igrejas, nas praças e nos colégios. No que diz
respeito aos autores, o nome de mais destaque da época é o de Padre Anchieta . É dele a autoria de
Auto de Pregação Universal, escrito entre 1567 e 1570, e representado em
diversos locais do Brasil, pôr vários anos.
Outro auto de Anchieta é Na festa de São Loureço, também conhecido como
Mistério de Jesus. Os autos sacramentais, que continham caráter
dramático, eram preferidos às comédias e tragédias, porque eram neles
que estavam impregnadas as características da catequese. Eles tinham
sempre um fundo religioso, moral e didático, e eram repletos de
personagens alegóricos.
Além dos autos, outros "estilos teatrais" introduzidos pelos Jesuítas
foram o presépio, que passou a ser incorporado nas festas folclóricas, e
os pastoris.
1.2 Declínio do Teatro Jesuíta (Séc. XVII)
No século XVII, as representações de peças escritas pelos Jesuítas -
pelo menos aquelas com a clara finalidade de catequese- começaram a
ficar cada vez mais escassas. Este período, em que a obra missionária já
estava praticamente consolidada, é inclusive chamado de Declínio do
Teatro dos Jesuítas. No entanto, outros tipos de atividades teatrais
também eram escassos, pôr conta deste século constituir um tempo de
crise. As encenações existiam, fossem elas prejudicadas ou inspiradas
pelas lutas da época (como pôr exemplo, as lutas contra os holandeses).
Mas dependiam de ocasiões como festas religiosas ou cívicas para que
fossem realizadas.
Das peças encenadas na época, podemos destacar as comédias apresentadas
nos eventos de aclamação a D. João IV, em 1641, e as encenações
promovidas pelos franciscanos do Convento de Santo Antônio, no Rio de
Janeiro, com a finalidade de distrair a comunidade. Também se realizaram
representações teatrais pôr conta das festas de instalação da província
franciscana da Imaculada Conceição, em 1678, no Rio.
O que podemos notar neste século é a repercussão do teatro espanhol em
nosso país, e a existência de um nome - ligado ao teatro - de destaque:
Manuel Botelho de Oliveira (Bahia, 1636-1711). Ele foi o primeiro poeta
brasileiro a ter suas obras publicadas, tendo escrito duas comédias em
espanhol (Hay amigo para amigo e Amor, Engaños y Celos).
1.3 O Teatro e o Brasil do Século XVIII
Foi somente na segunda metade do século XVIII que as peças teatrais
passaram a ser apresentadas com uma certa frequência. Palcos (tablados)
montados em praças públicas eram os locais das representações. Assim
como as igrejas e, pôr vezes, o palácio de um ou outro governante. Nessa
época, era forte a característica educacional do teatro. E uma
atividade tão instrutiva acabou pôr merecer ser presenteada com locais
fixos para as peças: as chamadas Casas da Ópera ou Casas da Comédia, que
começaram a se espalhar pelo país.
A Intriga - James Ensor - 1890 |
Em seguida à fixação dos locais "de teatro", e em consequência disso,
surgiram as primeiras companhias teatrais. Os atores eram contratados
para fazer um determinado número de apresentações nas Casas da Ópera,
durante todo o ano, ou apenas pôr alguns meses. Sendo assim, com os
locais e elencos fixos, a atividade teatral do século XVIII começou a
ser mais contínua o que em épocas anteriores. No século XVIII e início
do XIX, os atores eram pessoas das classes mais baixas, em sua maioria
mulatos. Havia um preconceito contra a atividade, chegando inclusive a
ser proibida a participação de mulheres nos elencos. Dessa forma, eram
os próprios homens que representavam os papéis femininos, passando a ser
chamados de "travestis". Mesmo quando a presença de atrizes já havia
sido "liberada", a má fama da classe de artistas, bem como a reclusão
das mulheres na sociedade da época, as afastava dos palcos.
![]() |
Molière |
Quanto ao repertório, destaca-se a grande influência estrangeira no
teatro brasileiro dessa época. Dentre nomes mais citados estavam os de
Molière, Voltaire, Maffei, Goldoni e Metastásio. Apesar da maior
influência estrangeira, alguns nomes nacionais também merecem ser
lembrados. São eles: Luís Alves Pinto, que escreveu a comédia em verso
Amor Mal Correspondido, Alexandre de Gusmão, que traduziu a comédia
francesa O Marido Confundido, Cláudio Manuel da Costa, que escreveu O
Parnaso Obsequioso e outros poemas representados em todo o país, e
Inácio José de Alvarenga Peixoto, autor do drama Enéias no Lácio.
1.4. Século XIX Transição para o Teatro Nacional
A vinda da família real para o Brasil, em 1808, trouxe uma série de
melhorias para o Brasil. Uma delas foi direcionada ao teatro. D. João
VI, no decreto de 28 de maio de 1810, reconhecia a necessidade da
construção de "teatros decentes".
Na verdade, o decreto representou um estímulo para a inauguração de
vários teatros. As companhias teatrais, pôr vezes de canto e/ou dança
(bailado), passaram a tomar conta dos teatros, trazendo com elas um
público cada vez maior. A primeira delas, realmente brasileira, estreou
em 1833, em Niterói, dirigida pôr João Caetano, com o drama O Príncipe
Amante da Liberdade ou A Independência da Escócia. Uma consequência da
estabilidade que iam ganhando as companhias dramáticas foi o
crescimento, paralelo, do amadorismo.
![]() |
Theatro João Caetano - Rio de Janeiro |
A agitação que antecipou a Independência do Brasil foi refletida no
teatro. As plateias eram muito agressivas, aproveitavam as encenações
para promover manifestações, com direito a gritos que exaltavam a
República. No entanto, toda esta "bagunça" representou uma preparação do
espírito das pessoas, e também do teatro, para a existência de uma
nação livre. Eram os primórdios da fundação do teatro - e de uma vida -
realmente nacional. Até porque, em consequência do nacionalismo
exacerbado do público, os atores estrangeiros começaram a ser
substituídos pôr nacionais.
![]() |
João Caetano |
Ao contrário desse quadro, o respeito tomava conta do público quando D.Pedro estava presente no teatro ( fato que acontecia em épocas e lugares que viviam condições "normais", isto é, onde e quando não havia este tipo de manifestação). Nestas ocasiões, era mais interessante se admirar os espectadores - principalmente as senhoras ricamente vestidas - do que os atores. Além do luxo, podia se notar o preconceito contra os negros, que não compareciam aos teatros. Já os atores eram quase todos mulatos, mas cobriam os rostos com maquiagem branca e vermelha.
1.5 Época Romantica (Séc. XIX)
![]() |
Joaquim Manuel de Macedo |
A tragédia Antônio José ou O poeta e a inquisição escrita pôr Gonçalves de Magalhães (1811-1882) e levada à cena pôr João Caetano (1808-1863), a 13 de março de 1838, no teatro Constitucional Fluminense, foi o primeiro passo para a implantação de um teatro considerado brasileiro.
![]() |
Martins Pena |
No mesmo ano, a 4 de outubro, foi representada pela primeira vez a comédia O juiz de paz da roça, de Martins Pena (1815-1848), também no teatro Constitucional Fluminense pela mesma companhia de João Caetano. A peça foi o pontapé inicial para a consolidação da comédia de costumes como gênero preferido do público. As peças de Martins Pena estavam integradas ao Romantismo, portanto, eram bem recebidas pelo público, cansado do formalismo clássico anterior. O autor é considerado o verdadeiro fundador do teatro nacional, pela quantidade - em quase dez anos, escreveu 28 peças - e qualidade de sua produção. Sua obra, pela grande popularidade que atingiu, foi muito importante para a consolidação do teatro no Brasil.
Época
Realista Metade o Século XIX
Realismo
na dramaturgia nacional pode ser subdividido em dois períodos: o primeiro, de
1855 - quando o empresário Joaquim Heliodoro monta sua companhia - até 1884 com
a representação de O mandarim, de Artur Azevedo, que consolida o gênero revista
e os dramas de casaca. O segundo período vai de 1884 aos primeiros anos do
século XX, quando a opereta e a revista são os gêneros preferidos do público.
![]() |
Arthur Azevedo |
Essa
primeira fase não se completa em um teatro naturalista. À exceção de uma ou
outra tentativa, a literatura dramática não acompanhou o naturalismo pôr conta
da preferência do público pelo "vaudeville", a revista e a paródia.
A
renovação do teatro brasileiro, com a consolidação da comédia como gênero
preferido do público, iniciou-se quando Joaquim Heliodoro Gomes dos Santos
montou seu teatro, o Ginásio Dramático, em 1855. Esse novo espaço tinha como
ensaiador e diretor de cena o francês Emílio Doux que trouxe as peças mais
modernas da França da época.
O
realismo importado da França introduziu a temática social, ou seja, as questões
sociais mais relevantes do momento eram discutidas nos dramas de casaca. Era o
teatro da tese social e da análise psicológica.
Nome de
grande importância para o teatro dessa fase é o do dramaturgo Artur Azevedo
(1855-1908). Segundo J. Galante de Souza ( O Teatro no Brasil, vol.1), Artur
Azevedo "foi mais aplaudido nas suas bambochatas, nas suas revistas,
escritas sem preocupação artística, do que quando escreveu teatro sério. O seu
talento era o da improvisação, fácil, natural, mas sem fôlego para composições
que exigissem amadurecimento, e para empreendimentos artísticos de larga
envergadura".
Decadência e alguma anarquia
De 1900 a
1930, permaneceu com destaque a comédia de costumes, com textos muitas vezes
escritos em função do intérprete a que se destinavam, e o chamado “teatro
ligeiro”, também sem maior definição estilística e formal, levando críticos e
historiadores a falar em “decadência”. A assinalar, apenas, o crescimento do
número de empresas dramáticas que exploravam as revistas, operetas, farsas e
dramas de capa e espada, e a elevação de uma consciência nacionalista, que
confrontava as companhias estrangeiras que voltaram ao Brasil no pós-guerra
(1918) com a instalada “comédia brasileira”.
![]() |
Oduvaldo Vianna |
Em São
Paulo, onde o proletariado urbano crescia por obra da industrialização
nascente, o teatro anarquista, influenciado por imigrantes italianos, era
porta-voz das sérias lutas políticas do período (1917-1920). Mas o teatro se
mantinha em geral isolado, quer dos movimentos estéticos de renovação que
ocorriam na Europa e aqui repercutiam na literatura e artes plásticas (como no
caso da Semana de Arte Moderna, em 1922), quer dos sérios acontecimentos
políticos da recém-implantada República (1889), que a literatura refletia (como
no caso de Euclides da Cunha, retratando a guerra de Canudos, ou Lima Barreto, a vida dos
marginalizados).
Tentativas
individuais de renovação, pelo menos temática, surgiram com Deus lhe pague, de
Joracy Camargo, incorporando ideias marxistas, ou Sexo, de Renato Viana,
aportando teses freudianas, ou ainda Amor, de Oduvaldo Vianna, trazendo o
tema-tabu do divórcio em uma estrutura dramática já ligeiramente modificada.
Uma
iniciativa pioneira digna de registro foi a de Flávio de Carvalho (1899-1977):
em seu Teatro de Experiência montou O baile do deus morto (1933), que, por
levantar aguda crítica ao poder e suas implicações, à moral e à religião, foi
fechado pela polícia em sua terceira apresentação. Mas suas sementes
frutificaram em A morta e O rei da vela (1937), de Oswald de Andrade.
À medida
que o século avançava foram surgindo tentativas desenvolvimento da linguagem
dramática e cênica, como as de Álvaro Moreyra (Teatro de Brinquedo – 1927),
Renato Viana (Caverna Mágica – 1928 – e Teatro de Arte – 1929). Crescia a
preocupação com um teatro infantil com formas específicas de texto e montagem.
Fundavam-se e desenvolviam-se associações de classe, como a Sociedade
Brasileira de Autores Teatrais (SBAT – 1917), a Casa dos Artistas (1914), ou
entidades culturais como a Academia Brasileira de Teatro (1931) e a Associação
Brasileira de Críticos Teatrais (1937).
Expandia-se
cada vez mais por todo o país a atividade teatral, através de grupos amadores e
formas de teatro experimental. Criou-se um órgão governamental, o Serviço
Nacional de Teatro (1937). Crescia, em outros pontos do país, o número de
escolas de arte dramática.
Um Estado dito novo
![]() |
Nelson Rodrigues |
Durante a
ditadura civil (1937-1945) implantada no país por Getúlio Vargas, que a chamou
eufemisticamente de “Estado Novo”, um grupo amador formado por profissionais
liberais e personalidades da sociedade, sob direção de Brutus Pedreira e Santa
Rosa, realizou a encenação que seria considerada o início da modernidade: a de
Vestido de noiva (1943), de Nelson Rodrigues, com direção de Ziembinski.
Pouco
depois, o eixo deslocou-se do Rio para São Paulo, onde um grupo de
profissionais italianos vindos para o Brasil montou em 1946 o Teatro Brasileiro
de Comédia (TBC), que, com um elenco fixo de 15 atores, alternarou montagens
clássicas e comerciais, sempre tecnicamente bem cuidadas, iniciando a moderna
indústria do espetáculo e contribuindo para a renovação técnica e formal do
espetáculo.
![]() |
Encenação de Vestido de Noiva (Nelson Rodrigues) Dirigida por Ziembinski |
Arena e Oficina
![]() |
Teatro Oficina em cena, vista interior de um espetáculo. |
Mas foi
com o Teatro de Arena (1953) que surgiu realmente uma nova estética, através de
um Seminário de Dramaturgia, que lançou inúmeros autores novos (como Vianninha,
Roberto Freire, Guarnieri, Benedito Rui Barbosa, Chico de Assis), e de um
Laboratório de Interpretação, que trabalhou as características brasileiras dos
personagens na cena e até incluso as possibilidades de uma leitura
nacionalizada dos clássicos.
Das
repercussões do Arena junto a um grupo amador de estudantes da Faculdade de
Direito da Universidade de São Paulo (USP) surgiu o Teatro Oficina (1958),
preocupado em estudar a formação cultural do país e investigar a estrutura do
capitalismo e suas repercussões socioculturais, com um repertório e técnicas
próprios de uma concepção antropológica.
O palco amordaçado
A esse
tempo a atividade teatral era já ininterrupta em vários pontos do país. A
ditadura implantada com o golpe militar que derrubou o presidente João Goulart
em 1964 deixou “o palco amordaçado” (título de um livro de Yan Michalski que
registra os fatos daí decorrentes), não só por obra da censura, como pelo
fechamento de teatros, pelas prisões, torturas e “desaparecimento” de autores,
atores e diretores. As obras que conseguiam chegar ao palco recorriam ao
grotesco, à hipérbole, às metáforas, ou apenas refletiam a passividade e
conformismo de um classe burguesa que se distraía com a própria reprodução
degradada de seus valores.
![]() |
Teatro de Arena, visto em seu interior |
![]() |
Fachada do prédio em quem abriga o Teatro de Arena |
O Teatro
no Brasil
Conheça, agora, as principais obras dramatúrgicas brasileiras, sucesso de público e crítica.
Como pudemos perceber, o cenário teatral brasileiro possui uma história muito rica e diversa, com opções que agradam todos os gostos e idades. Apesar da forte influência europeia, principalmente francesa, aos poucos os dramaturgos encontraram sua voz e transformaram o teatro em uma arte bastante democrática.
Boa sorte meus queridos !
Fernando
Peixoto define bem a história do teatro no Brasil e no mundo em seu livro
"O que é teatro", e nos traz referências de datas que ajudam entender
sua trajetória no decorrer dos séculos.
A
história do teatro brasileiro dramático surgiu em 1564, coincidentemente com a
data de nascimento de Willian Shakespeare, quando foi encenado o Auto de
Santiago pôr missionários jesuítas, na Bahia.
No Brasil
o teatro surge como instrumento pedagógico. Eram Autos utilizados para a
catequização dos índios, os quais o padre Manuel da Nóbrega encomendava-os ao
padre José de Anchieta.
Já no
século XIX (mais ou menos 1838), o teatro fica marcado pela tragédia romântica
de Gonçalves Magalhães com a peça: "O Poeta e a Inquisição" e também
Martins Pena com "O juiz de paz na roça". Martins Pena com toda sua
simplicidade para escrever, porém justa eficácia para descrever o painel da época,
teve seguidores "clássicos" de seus trabalhos, como Joaquim Manoel de
Macedo, Machado de Assis e José de Alencar.
![]() |
Fernando Peixoto 19-05-1937 (Brasil / Rio Grande do Sul / Porto Alegre) 15-01-2012 (Brasil / São Paulo / São Paulo) |
Foi em
1880 , em Lagos, na Nigéria que escravos brasileiros libertados deram um enorme
salto no desenvolvimento do teatro, fundando a primeira companhia dramática
brasileira – a Brazilian Dramatic Company .
Em 1900,
o teatro deu seu grito de liberdade. Embora tenha enfrentado as mais duras
crises políticas do país, conseguiu com muita luta estacar sua bandeira e
marcar sua história.
De 1937 a
1945, a ditadura procura silenciar o teatro, mas a ideologia populista, através
do teatro de revista, mantém-se ativa. Surgem as primeiras companhias estáveis
do país, com nomes como: Procópio Ferreira, Jaime Costa, Dulcina de Moraes,
Odilon Azevedo, Eva Tudor, entre outros.
Uma nova
ideologia começava a surgir, juntamente com um dos maiores patrimônios do
teatro brasileiro: Oswald de Andrade, que escreveu O Rei da Vela (1933), O
Homem e o Cavalo (1934) e A Morta (1937), enfrentando desinibido e corajoso, a
sufocante ditadura de Getúlio Vargas.
Em 1938,
Paschoal Carlos Magno funda o Teatro do Estudante do Brasil. Começam surgir
companhias experimentais de teatro, que estendem-se ao longo dos anos, marcando
a introdução do modelo estrangeiro de teatro entre nós, consagrando então o
princípio da encenação moderna no Brasil.
No ano de
1948 surge o TBC uma companhia que produzia teatro da burguesia para a
burguesia, importando técnica e repertório, com tendências para o culturalismo estético.
Já em 57, meio a preocupações sócio-políticas surge o Teatro de Arena de São
Paulo. Relatos de jornais noticiavam que o Teatro de Arena foi a porta de
entrada de muitos amadores para o teatro profissional, e que nos anos
posteriores tornaram-se verdadeiras personalidades do mundo artístico.
Já em 64
com o Golpe Militar, as dificuldades aumentam para diretores e atores de
teatro. A censura chega avassaladora, fazendo com que muitos artistas tenham de
abandonar os palcos e exilar-se em outros países.
Restava
às futuras gerações manterem vivas as raízes já fixadas, e dar um novo rumo ao
mais novo estilo de teatro que estaria pôr surgir.
"...São
infindáveis as tendências do teatro contemporâneo. Há uma permanência do
realismo e paralelamente uma contestação do mesmo. As tendências muitas vezes
são opostas, mas freqüentemente se incorporam umas as outras..." (Fernando
Peixoto – O que é teatro).
As peças teatrais mais icônicas do país
Conheça, agora, as principais obras dramatúrgicas brasileiras, sucesso de público e crítica.
O Juiz de Paz na Roça
É a primeira comédia de costumes brasileiro, tem 23 atos e foi escrita por Martins Pena em 1838 — é considerada uma das melhores obras dramáticas do Brasil, com críticas sociais aos costumes do Rio de Janeiro. Sua primeira encenação nos palcos aconteceu em outubro de 1938.O Auto da Compadecida
De Ariano Suassuna, foi encenada para primeira vez em 1956, em Pernambuco, e dirigida por João Cândido. Seu sucesso se deu ao misturar de maneira inteligente elementos do barroco católico e da cultura popular, passando pelo cordel e pela comédia. Em 1999 virou filme e é celebrado até hoje.O Pagador de Promessas
Escrita por Dias Gomes, teve sua estreia em 1960, no Teatro Brasileiro de Comédia, em São Paulo. Seu filme homônimo foi escrito por Anselmo Duarte e lançado em 1962 — o longa levou a Palma de Ouro no Festival de Cannes, na França.A Partilha
Esta é a obra mais atual da lista e foi escrita e dirigida por Miguel Falabella em 1991. A comédia dramática ficou 6 anos em cartaz e foi encenada em 12 países, o que levou a uma continuação em 2000: A Vida Passa, também de autoria de Falabella.Como pudemos perceber, o cenário teatral brasileiro possui uma história muito rica e diversa, com opções que agradam todos os gostos e idades. Apesar da forte influência europeia, principalmente francesa, aos poucos os dramaturgos encontraram sua voz e transformaram o teatro em uma arte bastante democrática.
Boa sorte meus queridos !
Bjo pro'cês...
[Prof. rafa.]
Nenhum comentário:
Postar um comentário