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...e lá vamos nós...em Teatro no Brasil...novamente ! |
...dando continuidade a nossa estrada !
Época Realista Metade o Século XIX
Realismo
na dramaturgia nacional pode ser subdividido em dois períodos: o primeiro, de
1855 - quando o empresário Joaquim Heliodoro monta sua companhia - até 1884 com
a representação de O mandarim, de Artur Azevedo, que consolida o gênero revista
e os dramas de casaca. O segundo período vai de 1884 aos primeiros anos do
século XX, quando a opereta e a revista são os gêneros preferidos do público.
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Arthur Azevedo |
Essa
primeira fase não se completa em um teatro naturalista. À exceção de uma ou
outra tentativa, a literatura dramática não acompanhou o naturalismo pôr conta
da preferência do público pelo "vaudeville", a revista e a paródia.
A
renovação do teatro brasileiro, com a consolidação da comédia como gênero
preferido do público, iniciou-se quando Joaquim Heliodoro Gomes dos Santos
montou seu teatro, o Ginásio Dramático, em 1855. Esse novo espaço tinha como
ensaiador e diretor de cena o francês Emílio Doux que trouxe as peças mais
modernas da França da época.
O
realismo importado da França introduziu a temática social, ou seja, as questões
sociais mais relevantes do momento eram discutidas nos dramas de casaca. Era o
teatro da tese social e da análise psicológica.
Nome de
grande importância para o teatro dessa fase é o do dramaturgo Artur Azevedo
(1855-1908). Segundo J. Galante de Souza ( O Teatro no Brasil, vol.1), Artur
Azevedo "foi mais aplaudido nas suas bambochatas, nas suas revistas,
escritas sem preocupação artística, do que quando escreveu teatro sério. O seu
talento era o da improvisação, fácil, natural, mas sem fôlego para composições
que exigissem amadurecimento, e para empreendimentos artísticos de larga
envergadura".
Decadência e alguma anarquia
De 1900 a
1930, permaneceu com destaque a comédia de costumes, com textos muitas vezes
escritos em função do intérprete a que se destinavam, e o chamado “teatro
ligeiro”, também sem maior definição estilística e formal, levando críticos e
historiadores a falar em “decadência”. A assinalar, apenas, o crescimento do
número de empresas dramáticas que exploravam as revistas, operetas, farsas e
dramas de capa e espada, e a elevação de uma consciência nacionalista, que
confrontava as companhias estrangeiras que voltaram ao Brasil no pós-guerra
(1918) com a instalada “comédia brasileira”.
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Oduvaldo Vianna |
Em São
Paulo, onde o proletariado urbano crescia por obra da industrialização
nascente, o teatro anarquista, influenciado por imigrantes italianos, era
porta-voz das sérias lutas políticas do período (1917-1920). Mas o teatro se
mantinha em geral isolado, quer dos movimentos estéticos de renovação que
ocorriam na Europa e aqui repercutiam na literatura e artes plásticas (como no
caso da Semana de Arte Moderna, em 1922), quer dos sérios acontecimentos
políticos da recém-implantada República (1889), que a literatura refletia (como
no caso de Euclides da Cunha, retratando a guerra de Canudos, ou Lima Barreto, a vida dos
marginalizados).
Tentativas
individuais de renovação, pelo menos temática, surgiram com Deus lhe pague, de
Joracy Camargo, incorporando ideias marxistas, ou Sexo, de Renato Viana,
aportando teses freudianas, ou ainda Amor, de Oduvaldo Vianna, trazendo o
tema-tabu do divórcio em uma estrutura dramática já ligeiramente modificada.
Uma
iniciativa pioneira digna de registro foi a de Flávio de Carvalho (1899-1977):
em seu Teatro de Experiência montou O baile do deus morto (1933), que, por
levantar aguda crítica ao poder e suas implicações, à moral e à religião, foi
fechado pela polícia em sua terceira apresentação. Mas suas sementes
frutificaram em A morta e O rei da vela (1937), de Oswald de Andrade.
À medida
que o século avançava foram surgindo tentativas desenvolvimento da linguagem
dramática e cênica, como as de Álvaro Moreyra (Teatro de Brinquedo – 1927),
Renato Viana (Caverna Mágica – 1928 – e Teatro de Arte – 1929). Crescia a
preocupação com um teatro infantil com formas específicas de texto e montagem.
Fundavam-se e desenvolviam-se associações de classe, como a Sociedade
Brasileira de Autores Teatrais (SBAT – 1917), a Casa dos Artistas (1914), ou
entidades culturais como a Academia Brasileira de Teatro (1931) e a Associação
Brasileira de Críticos Teatrais (1937).
Expandia-se
cada vez mais por todo o país a atividade teatral, através de grupos amadores e
formas de teatro experimental. Criou-se um órgão governamental, o Serviço
Nacional de Teatro (1937). Crescia, em outros pontos do país, o número de
escolas de arte dramática.
Um Estado dito novo
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Nelson Rodrigues |
Durante a
ditadura civil (1937-1945) implantada no país por Getúlio Vargas, que a chamou
eufemisticamente de “Estado Novo”, um grupo amador formado por profissionais
liberais e personalidades da sociedade, sob direção de Brutus Pedreira e Santa
Rosa, realizou a encenação que seria considerada o início da modernidade: a de
Vestido de noiva (1943), de Nelson Rodrigues, com direção de Ziembinski.
Pouco
depois, o eixo deslocou-se do Rio para São Paulo, onde um grupo de
profissionais italianos vindos para o Brasil montou em 1946 o Teatro Brasileiro
de Comédia (TBC), que, com um elenco fixo de 15 atores, alternarou montagens
clássicas e comerciais, sempre tecnicamente bem cuidadas, iniciando a moderna
indústria do espetáculo e contribuindo para a renovação técnica e formal do
espetáculo.
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Encenação de Vestido de Noiva (Nelson Rodrigues) Dirigida por Ziembinski |
Arena e Oficina
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Teatro Oficina em cena, vista interior de um espetáculo. |
Mas foi
com o Teatro de Arena (1953) que surgiu realmente uma nova estética, através de
um Seminário de Dramaturgia, que lançou inúmeros autores novos (como Vianninha,
Roberto Freire, Guarnieri, Benedito Rui Barbosa, Chico de Assis), e de um
Laboratório de Interpretação, que trabalhou as características brasileiras dos
personagens na cena e até incluso as possibilidades de uma leitura
nacionalizada dos clássicos.
Das
repercussões do Arena junto a um grupo amador de estudantes da Faculdade de
Direito da Universidade de São Paulo (USP) surgiu o Teatro Oficina (1958),
preocupado em estudar a formação cultural do país e investigar a estrutura do
capitalismo e suas repercussões socioculturais, com um repertório e técnicas
próprios de uma concepção antropológica.
O palco amordaçado
A esse
tempo a atividade teatral era já ininterrupta em vários pontos do país. A
ditadura implantada com o golpe militar que derrubou o presidente João Goulart
em 1964 deixou “o palco amordaçado” (título de um livro de Yan Michalski que
registra os fatos daí decorrentes), não só por obra da censura, como pelo
fechamento de teatros, pelas prisões, torturas e “desaparecimento” de autores,
atores e diretores. As obras que conseguiam chegar ao palco recorriam ao
grotesco, à hipérbole, às metáforas, ou apenas refletiam a passividade e
conformismo de um classe burguesa que se distraía com a própria reprodução
degradada de seus valores.
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Teatro de Arena, visto em seu interior |
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Fachada do prédio em quem abriga o Teatro de Arena |
ATIVIDADE:
ENTREGA PARA DIA: 06/07/2020
E ae pessoas, nossa atividade hoje, resume-se a uma pesquisa sobre o TEATRO DE ARENA e o TEATRO OFICINA.
Conte-nos um pouco da história de ambos (e importantes) espaços cênicos, dentro da história política e cultural de nosso país.
Fecho? Qualquer duvida, só me gritarem...Ah, e nosso e-mail para receber atividades mudou !
rafaelribeironunes@prof.educacao.sp.gov.br
...e por hoje é só pessoal!
bjo pro'cês...
[rafa.]