terça-feira, 7 de julho de 2020

[3B - Aula 6 - Teatro Brasileiro (parte III)]

...e terminando nossa excursão sobre o TEATRO brasileiro...


 O Teatro no Brasil

Fernando Peixoto define bem a história do teatro no Brasil e no mundo em seu livro "O que é teatro", e nos traz referências de datas que ajudam entender sua trajetória no decorrer dos séculos.

 A história do teatro brasileiro dramático surgiu em 1564, coincidentemente com a data de nascimento de Willian Shakespeare, quando foi encenado o Auto de Santiago pôr missionários jesuítas, na Bahia.

No Brasil o teatro surge como instrumento pedagógico. Eram Autos utilizados para a catequização dos índios, os quais o padre Manuel da Nóbrega encomendava-os ao padre José de Anchieta.

Já no século XIX (mais ou menos 1838), o teatro fica marcado pela tragédia romântica de Gonçalves Magalhães com a peça: "O Poeta e a Inquisição" e também Martins Pena com "O juiz de paz na roça". Martins Pena com toda sua simplicidade para escrever, porém justa eficácia para descrever o painel da época, teve seguidores "clássicos" de seus trabalhos, como Joaquim Manoel de Macedo, Machado de Assis e José de Alencar.

Fernando Peixoto
19-05-1937 (Brasil / Rio Grande do Sul / Porto Alegre) 15-01-2012
(Brasil / São Paulo / São Paulo)
Foi em 1880 , em Lagos, na Nigéria que escravos brasileiros libertados deram um enorme salto no desenvolvimento do teatro, fundando a primeira companhia dramática brasileira – a Brazilian Dramatic Company .

Em 1900, o teatro deu seu grito de liberdade. Embora tenha enfrentado as mais duras crises políticas do país, conseguiu com muita luta estacar sua bandeira e marcar sua história.

De 1937 a 1945, a ditadura procura silenciar o teatro, mas a ideologia populista, através do teatro de revista, mantém-se ativa. Surgem as primeiras companhias estáveis do país, com nomes como: Procópio Ferreira, Jaime Costa, Dulcina de Moraes, Odilon Azevedo, Eva Tudor, entre outros.

Uma nova ideologia começava a surgir, juntamente com um dos maiores patrimônios do teatro brasileiro: Oswald de Andrade, que escreveu O Rei da Vela (1933), O Homem e o Cavalo (1934) e A Morta (1937), enfrentando desinibido e corajoso, a sufocante ditadura de Getúlio Vargas.

Em 1938, Paschoal Carlos Magno funda o Teatro do Estudante do Brasil. Começam surgir companhias experimentais de teatro, que estendem-se ao longo dos anos, marcando a introdução do modelo estrangeiro de teatro entre nós, consagrando então o princípio da encenação moderna no Brasil.

No ano de 1948 surge o TBC uma companhia que produzia teatro da burguesia para a burguesia, importando técnica e repertório, com tendências para o culturalismo estético. Já em 57, meio a preocupações sócio-políticas surge o Teatro de Arena de São Paulo. Relatos de jornais noticiavam que o Teatro de Arena foi a porta de entrada de muitos amadores para o teatro profissional, e que nos anos posteriores tornaram-se verdadeiras personalidades do mundo artístico.

Já em 64 com o Golpe Militar, as dificuldades aumentam para diretores e atores de teatro. A censura chega avassaladora, fazendo com que muitos artistas tenham de abandonar os palcos e exilar-se em outros países.

Restava às futuras gerações manterem vivas as raízes já fixadas, e dar um novo rumo ao mais novo estilo de teatro que estaria pôr surgir.

"...São infindáveis as tendências do teatro contemporâneo. Há uma permanência do realismo e paralelamente uma contestação do mesmo. As tendências muitas vezes são opostas, mas freqüentemente se incorporam umas as outras..." (Fernando Peixoto – O que é teatro).

As peças teatrais mais icônicas do país


Conheça, agora, as principais obras dramatúrgicas brasileiras, sucesso de público e crítica.

O Juiz de Paz na Roça

É a primeira comédia de costumes brasileiro, tem 23 atos e foi escrita por Martins Pena em 1838 — é considerada uma das melhores obras dramáticas do Brasil, com críticas sociais aos costumes do Rio de Janeiro. Sua primeira encenação nos palcos aconteceu em outubro de 1938.

 

 

 O Auto da Compadecida

De Ariano Suassuna, foi encenada para primeira vez em 1956, em Pernambuco, e dirigida por João Cândido. Seu sucesso se deu ao misturar de maneira inteligente elementos do barroco católico e da cultura popular, passando pelo cordel e pela comédia. Em 1999 virou filme e é celebrado até hoje.

O Pagador de Promessas

Escrita por Dias Gomes, teve sua estreia em 1960, no Teatro Brasileiro de Comédia, em São Paulo. Seu filme homônimo foi escrito por Anselmo Duarte e lançado em 1962 — o longa levou a Palma de Ouro no Festival de Cannes, na França.

 

 

A Partilha

Esta é a obra mais atual da lista e foi escrita e dirigida por Miguel Falabella em 1991. A comédia dramática ficou 6 anos em cartaz e foi encenada em 12 países, o que levou a uma continuação em 2000: A Vida Passa, também de autoria de Falabella.





Como pudemos perceber, o cenário teatral brasileiro possui uma história muito rica e diversa, com opções que agradam todos os gostos e idades. Apesar da forte influência europeia, principalmente francesa, aos poucos os dramaturgos encontraram sua voz e transformaram o teatro em uma arte bastante democrática.

E aí, curtiu saber mais sobre a história do teatro no Brasil?

Alias, você conhece um teatro de perto? 

ATIVIDADE:

Galera, hoje nossa atividade é bem simples.
Narre quais foram os contatos com as Artes Cênicas?
Já assistiu algum espetáculo? Qual? Quais foram ou quais são as sua impressões sobre o teatro? Você vê importância nesta forma de arte?

Crie um texto básico, onde você explane sua opinião sobre o TEATRO!

Entrega para dia: 17/07/2020

Encaminhar via e-mail:  rafaelribeironunes@prof.educacao.sp.gov.br

Por hoje é só pessoal!
Bjo pro'cês...
[rafa.]

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