O AUTORRETRATO
E ai pessoas ! Bora continuar nosso trabalho, mas por agora, on-line!
A
produção de autorretratos acompanha uma parcela considerável da
história da arte. Não são poucas as vezes em que os artistas projetam
suas próprias imagens no papel ou na tela, em trabalhos que trazem a
marca da autorreflexão e, por isso, tocam o gênero autobiográfico.
Nesses retratos - em que os artistas se veem e se deixam ver pelo
espectador -, de modo geral, o foco está sobre o rosto, quase sempre em
primeiro plano. O semblante do retratista/retratado raramente se
apresenta em momento de relaxamento ou felicidade. Em geral, a visão do
artista sobre si próprio é sombria, angustiada e até mesmo cruel, quando
se evidenciam defeitos físicos ou mutilações. O exemplo mais célebre
nessa direção é o Auto-Retrato com Orelha Enfaixada, pintado
por Vincent van Gogh (1853-1890), em 1888, após uma crise que o leva a
cortar o lóbulo da orelha esquerda.
Difícil localizar nos autorretratos
algum tom edificante, heroico ou de celebração. Ao contrário, essas
imagens traduzem, pelo registro da expressão, momentos de angústia e
introspecção. Os artistas se retratam, vez por outra, em cenas
cotidianas - como em Bonjour, Monsieur Courbet (1954), de Gustave Courbet (1819-1877), ou em situações de trabalho, por exemplo: O Ateliê do Pintor: Uma Real Alegoria que Define uma Fase de Sete Anos de Minha Vida Artística (1854-1855), também de Courbet.
Ainda que o autorretrato se inscreva como arte figurativa, é possível localizar alguns exemplos que fogem a essa tendência. Pintura Suprematista: Auto-Retrato em Duas Dimensões
(1915), de Kazimir Malevich (1878-1935) é uma composição abstrata
realizada com base em formas geométricas. O artista, autor de um
autorretrato anterior (1910) - em que sua cabeça se encontra justaposta a
imagens do corpo feminino nu - retoma o tema da criação artística na
tela abstrata de 1915. Como ele afirma, o autorretrato suprematista
lança luz sobre a tarefa do artista e, fundamentalmente, sobre o que ela
não é: cópia do mundo e da natureza.
A produção de autorretratos segue o desenvolvimento do retrato,
gênero que se afirma de modo autônomo no século XIV e, a partir de
então, passa a ocupar lugar destacado na arte europeia, atravessando
diferentes escolas e estilos artísticos. A
difusão da retratística acompanha os anseios da corte e da burguesia
urbana de projetar suas imagens na vida pública e privada. Paralelamente
aos retratos realizados sob encomenda, e a outros concebidos com amigos
e familiares, os artistas produzem uma profusão de autorretratos, que
funcionam como meio de exercitar o estilo, como instrumento de sondagem
de estados de espírito e também como recurso para a tematização do
ofício. Não se trata de inventariar essa copiosa produção, que atravessa a história, mas de localizar alguns casos representativos. Na produção retratística de Diego Velázquez (1599-1660), por exemplo, um autorretrato está entre as suas obras mais famosas. Afinal o que é a tela As Meninas (ca.1656) senão um autorretrato do pintor, no estúdio, acompanhado de parte da família real espanhola?
A arte barroca europeia ganha singularidade nas telas de Peter Paul Rubens (1577-1640). O célebre Auto-Retrato com a Mulher
(1609) é revelador do caráter autoral do pintor, expressa na liberdade
da pose, na tonalidade dourada que ilumina a tela e na paisagem que se
deixa entrever por trás dos corpos em primeiro plano. Rembrandt van Rijn (1606-1669) é outro grande nome do retrato no século XVII. Em
meio a sua produção, os autorretratos ocupam lugar destacado, sobretudo
aqueles realizados na fase final de sua vida, por ocasião de forte
crise pessoal. Dois autorretratos datam do último ano de sua vida: Self Portrait at the Age of 63, pertencente a National Gallery, Londres, e Self Portrait in the 1669, pertencente ao Mauritshuis, Haia.
Os séculos XVIII e XIX fornecem
novos contornos aos retratos, representando figuras de segmentos
sociais amplos (e não apenas dos círculos aristocráticos) por meio de
mais liberdade expressiva. Os pós-impressionistas, por sua vez, rompem com o acento naturalista que marca a tradição retratística. Num
contexto de reflexão sobre as possibilidades e limites da representação
- que o advento da fotografia agudiza - e sobre o caráter eminentemente
interpretativo da obra pictórica, a produção de autorretratos se
acentua. Além dos angustiados autorretratos de Van Gogh e Paul Gauguin (1848-1903), Auto-Retrato: Os Miseráveis
(1888), deve ser lembrada a série de autorretratos realizada por Paul
Cézanne (1839-1906), no decorrer dos anos de 1861, 1866, 1873, 1880.
A
última fase da produção de Edvard Munch (1863-1944), por exemplo, está
repleta de autorretratos de forte tom introspectivo (entre outros, Auto-Retrato na Janela, Auto-Retrato com Cabeça de Bacalhau, Auto-Retrato na Varanda Envidraçada II, todos de 1940). Artistas ligados às vanguardas figurativas e não-figurativas experimentam autorretratos em algum momento da carreira. São
lembradas, entre outras, as diversas autoimagens pintadas por Frida
Kahlo (1907-1954) e mais recentemente as obras de Arnulf Rainer (1929) e
Cindy Sherman (1954). No Brasil, do mesmo modo, a produção de autorretratos acompanha o desenvolvimento da arte. Alguns artistas, entretanto, ligam-se diretamente ao gênero, como Eliseu Visconti (1866-1944) - autor de verdadeira autobiografia pintada -, Guignard (1896-1962), José Pancetti (1902-1958) e sobretudo Ismael Nery (1900-1934).
Desde que o mundo é mundo, o homem vê se necessário retratar-se, desde as cavernas até mesmo nossas belas selfies, portanto, vamos trabalhar?
ATIVIDADE 1 - AUTORRETRATO
Primeiro Passo: Utilize a macera de seu smartphone para uma super selfie, faça o favor inclusive de angular bem sobre o seu rosto, vamos começar assim por enquanto...
(PS: Caso você prefira, pode escolher uma outra fotografia que já possui, o importante é focar bem o seu rosto)
Segundo Passo: Após a bela foto selecionada, em folha sulfite (ou do caderno de desenho), margem de 1cm (por gentileza), comece a sua bela obra de arte, é hora de reproduzir-se. Crie seu auto retrato.
(Utilize materiais que tenha afinidade, tais como: lápis de cor, canetinha, tinta guache, lápis 6b)
ATIVIDADE 2 - PESQUISA BIOGRÁFICA
Outra grande artista que tem no Autorretrato, boa parte de sua representação artistica, é Frida Kahlo, já ouviram falar nela? Então bora conhecer, monte uma pequena pesquisa sobre a biografia da mesma, pois assim que retornarmos, iremos assistir um filme sobre a vida dela, beleza pessoal?
É isso, por hoje é só...Bjo pro'cês...
Fonte de pesquisa para aula:
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: . Acesso em: 02 de Abr. 2020. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
ISBN: 978-85-7979-060-7
Uma palavra para esse blog: sensacional. Com ele só não aprende sobre arte quem não quer (ou quem não acessa). A arte é o alimento da alma, com certeza!
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