terça-feira, 1 de setembro de 2020

[1A /B/D - Aula 10 - Rococó]

 ...eita, bora continuar nosso passeio artístico...

Rococó: o próprio nome retrata, arte e frescura!

Afresco em estilo rococó, no interior do Palácio de Nymphenburg, Munique, Alemanha
 
No início do século XVIII até meados do século XIX, transformações dinâmicas na arte europeia refletiram as turbulentas mudanças políticas e sociais, incluindo conquistas imperiais, revoluções e a emergência da era industrial moderna.

Neste contexto histórico e social, surgiu a refinada estética decorativa do Rococó, servindo ao gosto da aristocracia, que se dedicava à busca de satisfação e divertimento antes da Revolução Francesa de 1789. O estilo prosseguiu até à chegada do Neoclassicismo, por volta de 1770, que tentava retomar os ideais artísticos da Antiguidade Clássica por meio de sua proposta estética.

Sala dos Espelhos do Palácio Wurzburg, Munique, Alemanha

 ...contexto histórico...

O estilo rococó surgiu após o período barroco, durante o Iluminismo, coincidindo com o reinado de Luís XV. Despontou como reação ao gênero formal e pesado, de aspecto conservador e carregado, usado na corte de Luís XIV, no século XVII, em Versalhes.

Gilles, c.1719, Jean-Antoine Watteau,
Museu do Louvre, Paris.

Após a morte de Luís XIV, a corte mudou-se para Paris e efetivou-se a ascensão da classe média, que transformou a alta sociedade parisiense e tornou o Rococó o auge da moda francesa. Embora sem tradição aristocrática, os novos donos do dinheiro estavam interessados em proporcionar prestígio e proteção aos artistas e às suas obras e assumir uma posição nobiliárquica.

No Brasil, os colonizadores portugueses foram os responsáveis pelo ingresso do estilo rococó, que ficou conhecido pelo nome de “estilo Dom João V”, e estava relacionado basicamente ao mobiliário. Na França, o Rococó é também chamado de estilo Luís XV e Luís XVI. Os luxuosos móveis do estilo Luís XV são comuns até os dias de hoje.

 

 ...características...

A arte do Rococó é vista tanto como clímax quanto como queda da arte barroca. Diferentemente do Barroco, entretanto, o Rococó não está preocupado com questões religiosas; é uma arte evidentemente aristocrática, voltada para a alta classe, que prezava o estilo suntuoso, como foi o Barroco, porém mais elegante, leve e intimista, com o objetivo de satisfazer uma sociedade nutrida pela liberdade, pelo prazer e pelo bom gosto, exatamente no momento em que novas ideias sobre a existência humana eram produzidas.

Mezzetin, c. 1719, Jean-Antoine Watteau,
Metropolitan Museum, New York

O Rococó desponta com o otimismo que algumas pessoas sentiam em resposta a tantas transformações econômico-sociais, manifestando uma nova forma de pensamento, na qual setores da sociedade abandonaram o formalismo de épocas anteriores e começaram a perseguir a diversão e a felicidade pessoal. Apesar de toda a influência estética barroca, a arte produzida pelo Rococó expressa uma força bastante particular, própria de seu estilo, o que lhe conferiu autonomia.

É inevitável que o novo estilo, em muitos aspectos, seja compreendido como continuidade da arte barroca, sobretudo no que se refere ao uso da luz e da sombra e à disposição dinâmica e circular da composição. O estilo caracterizou-se pelo uso de cores pastéis, pela identificação elegante e detalhada da ornamentação, que utilizava formas curvas delicadas, sem a dramaticidade barroca, graciosas e assimétricas.

Compunha cenas líricas, de espírito leve e despreocupado (tanto visual como fisicamente) e uma profusão de elementos decorativos, como conchas, laços e flores. A essência é a luz. O tema central da obra é colocado em extremo destaque pelos coloridos efeitos emocionais da luz.

Os artistas dão atenção especial para os detalhes. A forma é caracterizada pela delicadeza das cores, pelas composições dinâmicas e por seus efeitos atmosféricos. Assim, a beleza da forma é realçada.

O Rococó foi inúmeras vezes considerado uma arte frívola, de atmosfera aristocrática, alheia aos problemas sociais.

Prazer Pastoral, 1714-16, Jean-Antoine Watteau,
Musée Condé, La Tribune, Chantilly, França
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Pintura Rococó

 

Jean-Antoine Watteau, O jogo do amor (1710-1720)
A pintura produzida pela arte rococó retrata cenas da aristocracia, geralmente passadas em jardins, parques ou luxuosos interiores, com preferência para os temas líricos, mitológicos, pastoris.

Esses temas são comuns, delicados e elegantes retratos femininos e também apresentam “pinturas galantes”, caracterizadas por exibir cenas campestres, ambientadas ao ar livre, em jardins, onde jovens aparecem em atitudes sensuais de “galanteio”, proporcionando à composição uma atmosfera alegre, leve e prazerosa, repleta de frescor.

A técnica do pastel é amplamente utilizada e os contrastes violentos de claro-escuro cedem vez à luminosidade das cores suaves, como rosa, azul e verde. Ouro, prata e branco dão o tom às cenas leves e repletas de energia.

Watteau, Boucher e Fragonard são considerados os três grandes nomes da pintura galante. Produziram imagens usando cores suaves, de formas delicadas e elegantes, apresentando uma ludicidade erótica, concebido como acompanhamento primorosamente sincronizado com os interiores a que se destinavam.

Contrapondo-se a isso, Greuze e Chardin realizaram o que ficou conhecido como “pintura burguesa”, que, muito popular em meados do século XVIII, era direcionada para a burguesia intelectual da revolução. Ressaltava a vida simples, a família e os valores morais da classe média. Seus temas favoritos foram os retratos, as paisagens, os bodegones (natureza morta)e as cenas costumbristas de gênero (cenas do dia a dia, costumes).

Fragonard. O balanço (1768)

Além dos franceses, merece destaque o veneziano Gio­vanni Battista Tiepolo, um dos grandes mestres da pintura italiana, embora seja considerado representante da pintura barroca por alguns historiadores e pesquisadores de arte.
Arquitetura Rococó 

A arquitetura rococó refletia o novo gosto da sociedade, mais elegante, suave e leve em relação ao Barroco. Nesse momento, a tendência da decoração se adequou para os espaços confortáveis, menores e intimistas, como o interior das residências e dos hotéis, que serviam como moradia para a nobreza.

Fachada e interior do palácio episcopal de Wurzburg.
 
Nas construções, os aposentos têm formas retangulares, com cantos arredondados; as paredes são mais planas e suaves e não contêm mais os altos relevos barrocos. As portas de madeira ganharam pequenos e delicados entalhes, também bastante diferentes daqueles com aparência carregada usados no Barroco. Para a decoração desses interiores, usavam recursos como a douração nas portas, nas paredes e nos objetos.

Exploraram a utilização de imensos painéis decorativos, feitos em tapeçaria, que geralmente se estendiam do teto ao chão, ao lado de janelas esguias e ovaladas, rodeadas por muitos drapejados. Muito comum também era o uso de grandes espelhos, que revestiam o interior dos ambientes.

Vista aérea de Sanssouci, Postdam, Alemanha.

É preciso lembrar que a tônica desse estilo eram as formas tortuosas e recurvadas, em formato de “S” e “C”, além dos arabescos e floreados parecidos com laços de fitas, sempre muito delicados, vaporosos e graciosos, que obedeciam a uma tendência assimétrica. O estilo rococó também serviu de inspiração para o desenvolvimento de peças de mobiliário, com aplicação de elaborada marchetaria.

Na Alemanha meridional e na Áustria, há modelos expressivos da arquitetura rococó, como o palácio episcopal de Wurzburg, na Baviera, projetado por Balthasar Neu­mann, construído entre 1719 e 1744, que tem, em sua célebre sala imperial (Kaisersaal) pinturas afresco de Tiepolo e pode ser considerado uma personificação arquitetônica do estilo.

Fachada Sul vista dos Jardins, Palácio de Sanssouci, 1745-47, Postdam, Alemanha. 

 

Também são construções representativas da arquitetura palaciana rococó os abrigos de caça dos jardins e os pavilhões, que eram áreas destinadas ao lazer dos membros da aristocracia. Um dos mais significativos é o de Amalien­burg, em Nymphenburg, perto de Munique, na Alemanha, concebido pelo arquiteto François Cuvilliés, que foi construído entre 1734 e 1739. Também pode ser mencionado o Hotel de Soubise, em Paris.

Pela sua associação com a aristocracia francesa, a arquitetura rococó era impopular e não durou muito tempo.

Escultura Rococó 

Uma significativa mudança é percebida a partir do momento em que as imagens se desgarram dos grandes blocos, apresentados pela escultura do período Barroco, passando, no Rococó, a retratar figuras solitárias, com preferência pelos bustos de personalidades importantes da época, como Voltaire, Rousseau e Diderot.

A Lição de Música, François Boucher, porcelana.

Há uma curiosa mescla de realidade com idealização. Os escultores do Rococó conseguiram retratar a expressão psicológica da natureza humana, sobretudo pelos efeitos de sombra que usaram para reproduzir com extraordinária beleza as pálpebras e os olhos, o que conferiu grande expressão e realismo a cada uma das obras realizadas.

Para a produção de seus trabalhos, os escultores do Rococó preferiam utilizar materiais macios, como o gesso e a argila, diferentemente dos escultores barrocos, que preferiam os grandes blocos de mármore.

Os destaques na escultura do período foram Étienne-Maurice Falconet, Augustin Pajou e os irmãos Coustou (Guillermo e Nicolás).

O amor ameaçando, Éienne Maurice Falconet, porcelana, Museu do Louvre, Paris.

 ATIVIDADE (Entrega para até 11-09

 Galera, na aula passada, avisei que falaríamos do Barroco no Brasil, porém, inverti aqui, pois o Rococó esta atrelado ao movimento Barroco e ambos tiveram influencias em nossas terras!

Portanto a atividade de hoje, resume-se a uma pesquisa sobre o Rococó e suas influencias no Brasil ! Bora entregar até a data acima no e-mail:

rafaelribeironunes@prof.educacao.sp.gov.br , ou whats app!

 Por hoje é só meus queridos!

Bjo pro'cês...

[rafa.]

 

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