terça-feira, 19 de maio de 2020

[3B - Aula 3 - O Teatro Grego]





ARTE GREGA - O TEATRO
Tópico de pesquisa: ARTE GREGA


O teatro na antiguidade foi uma das formas mais ricas de arte.
O Teatro Grego foi uma manifestação artística muito importante no desenvolvimento da cultura grega e, além disso, serviu de influência e inspiração para outros povos da antiguidade, sobretudo, os romanos.

Vale lembrar que o termo teatro (theatron), do grego, significa “local onde se vê” ou “lugar para olhar”.

Tem impulso na Grécia Antiga, por volta do século V. a.C, onde havia o costume dos cultos e oferendas aos deuses gregos. Com função social e cívica, o teatro e suas representações estavam associadas às festividades religiosas, sobretudo, às celebrações que saudavam o deus Dionísio.
Com celebrações que duravam seis dias, nas festas dionisíacas havia procissões e ditirambos. Os ditirambos eram cantos líricos entoados com o auxílio de fantasias e máscaras. Pouco depois essas manifestações evoluíram para a forma de representação inteiramente cênica, dando origem ao teatro.

As mulheres não faziam parte do teatro grego, pois não eram consideradas cidadãs das polis (cidades gregas). Portanto, todos os papéis dos espetáculos eram apresentados pelos homens. Uma das características principais do teatro grego eram as máscaras, instrumento indispensável ao figurino.

 As máscaras do teatro grego possuíam diversas expressões faciais.
Normalmente confeccionadas com materiais rústicos, nem sempre confortáveis.

A Grécia Antiga conheceu o apogeu do teatro após a reconstrução da cidade foi reconstruída, quando o teatro passou a desempenhar um papel importante na cultura local e no orgulho cívico.
Os principais temas das peças teatrais gregas eram: ligadas ao cotidiano, fatos heroicos, problemas emocionais e psicológicos, lendas e mitos, homenagem aos deuses gregos, fatos heroicos e críticas aos políticos.

 Arquitetura teatral grega
 
1. OS PRIMEIROS TEATROS GREGOS
 
Os teatros gregos eram situados ao ar livre, em locais com uma boa acústica e divididos em áreas. As áreas que formavam o teatro eram: plateia, área da orquestra, o cenário e proscênio.

A plateia era formada por bancos de madeira, que mais tarde foram substituídos por bancos de pedra. A área da orquestra era a área onde o coro realizava a sua interpretação, era circular em terra batida ou com lajes de pedra situada no centro das bancadas.

Teatro de Epidauro (Argólida, Grécia). Foto: PitK / Shutterstock.com


Havia também o cenário, formado por uma estrutura que tinha função inicial de servir como local onde os atores trocavam a roupa. O cenário ficava atrás da orquestra e, posteriormente, passou a representar a a fachada de um palácio ou de um templo. Na frente do cenário ficava o proscênio, onde os atores se apresentavam.

O teatro vinha a representar, dentro da sociedade grega, um meio cultural de participação na vida social dos cidadãos gregos.

Entre os teatros gregos mais importantes estão: o Teatro de Epidauro, o Teatro de Dodona, o Odeon de Herodes Ático, o Teatro de Delfos, o Teatro de Segesta, o Teatro de Siracusa e o Teatro de Dionísio.

 Teatro de Herodion (Atenas, Grécia). Foto: Anastasia Fragkou / Shutterstock.com

2. MÁSCARAS - O ELEMENTO ESSENCIAL

Acessório fundamental do figurino dos atores, valendo salientar que não existiam atrizes, visto que as mulheres não participavam destas encenações por não serem consideradas cidadãs, logo as máscaras estavam direcionadas para ambos os sexos.

  
3. GÊNEROS TEATRAIS DA GRÉCIA ANTIGA

Os gêneros do teatro grego da época se dividiam em:

3.1 Tragédia

Esmiuçando a denominação grega, tragédia decorre de tragoedia: tragos (bode) + oidé (canção), significando literalmente “canção do bode”. Esse nome peculiar vem das celebrações gregas de Cato ao Bode, no qual um bode era sacrificado como oferenda aos deuses.
A tragédia é um gênero bem arcaico e antigo, o qual tem como base as histórias trágicas, com cunho que faz o público transitar entre a piedade e o terror, com um final dito trágico, não bem-sucedido.

 Cena de tragédia interpretada nos dias atuais

As tragédias são geralmente desenroladas em cinco atos com as personagens sendo em sua maioria deuses, reis e heróis.
Os júris encenados nas tragédias eram formados por cinco pessoas da aristocracia.




3.2 Comédia

 

A palavra comédia vem do grego komoidia, que quer dizer espetáculo engraçado, baseado em sátiras, ironias, comicidade.
O júri neste caso da comédia não é da aristocracia. No caso, são selecionadas três pessoas da plateia.
A comédia pode ser vista como um gênero teatral de representação dos fatos cotidianos, representado por cidadãos menores em relação aos da tragédia, considerados superiores.


  4. AUTORES DO TEATRO GREGO

Apesar de ter registrados vários autores na época em que viveu o seu auge, apenas quatro autores do teatro grego tiveram suas peças reconhecidas integralmente.
No gênero tragédia, o destaque foi para as obras de Ésquilo, Sófocles e Eurípedes. Já na comédia, o único que teve suas peças integrais reconhecidas foi Aristófanes.


•Ésquilo: primeiro dramaturgo reconhecido, ele conferiu grandeza e esplendor ao gênero tragédia. Ésquilo deu prioridade aos diálogos, aumentando de um para dois o número de atores e reduziu a importância do coro. Suas obras reconhecidas são: a trilogia Oréstia (composta por Agamenon, Coéforas e Eumênides), Os persas, Os sete contra Tebas, As suplicantes e Prometeu acorrentado.


•Sófocles: ele elevou a tragédia à perfeição artística, operando mudanças no gênero. Além de aumentar de dois para três o número de personagens, ele acrescentou mais ação às tramas e potencializou a decoração e o figurino dos atores. As obras integralmente reconhecidas de Sófocles são: Ajax, Antígona (ver Obras-primas), Edípo Rei, As traquiníanas, Electra, Filoctetes e Edipo em Colono.

•Eurípides: apesar de ser o mais popular da era helenística, ele foi o menos valorizado. Além de criar personagens mais humanos, ele inseriu temas novos e mais modernos. Entre as suas peças reconhecidas estão: Alceste, Medeia, Andrômaca, As troianas, Ifigênia em Táuride, Electra, Orestes e As tocantes. Também se conservou um drama satírico: O ciclope.

•Aristófanes: foi o dramaturgo grego considerado o maior representante da comédia grega clássica.

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Então pessoal, vamos lá,  para um rápido bate papo ?
Já ouviram falar sobre o teatro grego? Na verdade, quem já este num teatro? Sabia que na antiga Grécia, o teatro tinha uma função quase que social e política, dialogando as temáticas do dia-a-dia, dramatizando ou buscando a comicidade, para levantar questionamentos até mesmo democráticos, puts, não falo, que conversar sobre arte, acabamos sempre no viés da tal política! Então, será que continuamos assim? O teatro ainda tem esta função, despertar algum contexto social, humano, político ? 

Vamos a nossa atividade de hoje ? 

ATIVIDADE: (Entregar até dia 28/05)

Abaixo, segue o resumo da comédia "Lisístrata de Aristófanes. Vocês irão ler o mesmo e logo em seguida (no caderno, no word, no bloco de notas)  responder algumas perguntas:

[Lisístrata de Aristófanes foi apresentada em 411 a.C., nos últimos anos da Guerra do Peloponeso. Atenas estava em situação crítica: ainda não se recuperara da desastrosa campanha da Sicília (413 a.C.); os lacedemônios (espartanos), acampados a pouco mais de 20 quilômetros, haviam concluído um acordo com o sátrapa persa Tissafernes; e diversos aliados passavam para o lado do inimigo.
A comédia, um ingênuo mas veemente apelo à paz, tem 1320 versos e foi representada pela primeira vez nas Lenéias sob o nome de Calístrato, o ensaiador da peça. Nada sabemos a respeito da premiação obtida.
Lisístrata de Aristófanes – Argumento
As mulheres das cidades gregas envolvidas na Guerra do Peloponeso, lideradas pela ateniense Lisístrata, decidem instituir uma greve de sexo até que seus maridos parem a luta e estabeleçam a paz. No final, graças às mulheres, as duas cidades celebram a paz.
Curiosidade: Lisístrata, em grego, quer dizer “a que dissolve exércitos”…

Lisístrata de Aristófanes – Personagens principais:
LISÍSTRATA, CALONICE, MIRRINA. Mulheres atenienses.
LAMPITO. Mulher espartana.
CORO DE VELHOS DE ATENAS
CORO DE VELHAS DE ATENAS
COMISSÁRIO, PRÍTANE. Representantes da Assembleia ateniense.
CINÉSIAS. Marido de Mirrina.
FILHO DE CINÉSIAS
ARAUTO LACEDEMÔNIO

Participam também diversas outras mulheres atenienses, representantes de Atenas e de Esparta, e vários personagens mudos.
Lisístrata de Aristófanes – Mise en Scène
O cenário representa duas casas, a de Lisístrata, de um lado, e a de Cleonice, de outro; ao fundo, os Propileus e a gruta de Pã (cf. Alfonsi)]


Lisístrata de Aristófanes – Resumo da comédia
A Lisístrata de Aristófanes é a mais antiga das comédias de Aristófanes que chegou até nós sem a parábase. A cena se passa em Atenas, na Ática.
Lisístrata reúne-se, em Atenas, com vizinhas e mulheres de diversas cidades gregas, inclusive Esparta. Para acabar com a guerra, propõe uma greve de sexo e a invasão da Acrópole, onde é guardado o tesouro ateniense. Todas concordam, e a Acrópole é tomada (Prólogo, vv. 1-253). O Coro de Velhos tenta expulsar as mulheres da Acrópole com tochas, mas são impedidos pelo Coro de Velhas (Párodo, vv. 254-386).

Um comissário, com o auxílio de soldados, tenta prender Lisístrata e entrar na Acrópole, mas as outras mulheres não permitem (1º Episódio, vv. 387-466). O comissário e Lisístrata discutem.
Ela expõe as razões pelas quais acredita que as mulheres são melhores que os homens para resolver conflitos; ele afirma que o lugar das mulheres é dentro de casa (Ágon, vv. 467-607). O comissário, furioso, vai encontrar os seus colegas (2º Episódio, vv. 608-613). Os dois coros trocam desaforos e ameaçam enfrentar-se (1º Canto Coral, vv. 614-705).

Lisístrata explica ao Coro de Velhas os tremendos esforços que tem de fazer para impedir que as mulheres entrincheiradas na acrópole escapem e confraternizem com o “inimigo”.
Depois de impedir diversas fugas, lê uma profecia que assegura a vitória às mulheres, desde que se mantenham firmes em seu propósito (3º Episódio, vv. 706-780).Os dois coros trocam “delicadezas” novamente (1ª Cena lírica, vv. 781-828).

Lisístrata de Aristófanes: Cinésias, marido de Mirrina, vem à cidadela tentar convencer a mulher a voltar. Ela finge concordar, provoca-o bastante e foge para a Acrópole, deixando-o literalmente inflamado de desejo.
Aparece então um arauto lacedemônio no mesmo estado, e afirma ao Prítane que veio tratar da paz, pois em Esparta e nas demais cidades todos os maridos estão na mesma situação (2ª Cena lírica, vv. 829-1013).

O coro de velhos e o coro de velhas atenienses se entendem e fazem as pazes (2º Canto coral, vv. 1014-1042).
s representantes de Esparta se encontram com os representantes de Atenas; todos estão tremendamente excitados. Lisístrata aparece, e intermedeia o acordo para a paz (3º Canto coral, vv. 1043-1215). Atenienses e espartanos, reconciliados, comemoram o fim da guerra (3ª Cena lírica, vv. 1216-1320)..."



1) Onde podemos, dentro da história, identificar a comédia?

2) Qual a crítica que o texto em si tem o interesse de trazer?

3) Levando em consideração que este texto foi apresentado em
411 a.C, podemos identificar semelhanças aos dias atuais? O Assunto ali discutido, caberia dentro da sociedade do qual você esta incutido ? Porque ?


Por hoje é só...semana que vem teremos uma tragédia aqui a ser discutida! E um quizz bem bacaninha !

Bjo pro'cês e inté breve!
[rafa.]



Fonte de pesquisa para aula: 

BRAICK, Patrícia Ramos; MOTA, Myriam Becho. História: das cavernas ao terceiro milênio. 3ª ed. reform. e atual. São Paulo: Moderna, 2007.
GIORDANI, Mário Curtis. História da Grécia. 2ª ed. Petrópolis: Vozes, 1972.
VINCENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História Geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2002.

https://incrivelhistoria.com.br/teatro-grego-origem-caracteristicas/





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